Autora: Milena Antunes Padilha 

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atualmente atua como Analista de Resultados pela Inttegra com mais 65 fazendas acompanhadas pela metodologia Inttegra de Gestão Agropecuária.

A safra 2024/2025 reafirma que a pecuária é um negócio de gestão, não de sorte. O benchmarking da Inttegra, que alcançou o recorde de 940 fazendas em 4 países, analisando 2,2 milhões de cabeças bovinas, mostra que a profissionalização na atividade é uma realidade crescente. O percentual de propriedades com prejuízo caiu para 34% (contra 53% na safra anterior), e 67% das fazendas melhoraram o ROPSE (Resultado Operacional sem Efeito de Mercado).

Para entender esses resultados, é essencial observar as quatro variáveis que, segundo a Inttegra, explicam a maior parte da performance: Ganho Médio Diário (GMD), Desembolso/cabeça/mês, Lotação e Valor de Venda.

A Força da Gestão sobre a Flutuação

Os dados mostram que as métricas zootécnicas e de desembolso são os principais motores do resultado. O GMD Global (kg/dia) manteve forte correlação positiva com o desempenho das fazendas, evidenciando que o cuidado com a oferta alimentar impulsiona o lucro. Já o Desembolso por cabeça/mês (R$) apresentou correlação negativa, indicando que gastar mais não significa ganhar mais — a eficiência no uso dos recursos é o verdadeiro diferencial.

A lotação é um indicador de alta variação, que pode potencializar ou comprometer o resultado. Somente após conquistar margem por meio do GMD, a fazenda deve aumentar a lotação para ampliar volume e resultado.

Além disso, vemos que o valor de venda tende a variar pouco, evidenciando cada vez mais que o resultado depende mais da gestão interna do que das variações de mercado dentro da mesma safra.

Arrobas Gastas e Prioridade de Desembolso

O rastro do sucesso é definido pela métrica % de Arrobas Gastas por Arroba Produzida. As fazendas mais rentáveis mantêm esse indicador abaixo de 0,7, sendo o ideal 0,6 arroba.

Para atingir essa eficiência, a distribuição dos gastos deve seguir a ordem: primeiro nos custos variáveis (nutrição, sanidade, pastagem), depois em investimentos diretamente ligados à produção e, por fim, nos custos fixos e investimentos não incidentes. Essa priorização garante que o motor zootécnico da fazenda esteja sempre abastecido, preservando margem e fluxo de produção.

Por fim, o sucesso é construído com obsessão por números e pessoas. Além das métricas zootécnicas e financeiras, a gestão de equipes é parte essencial de um projeto sólido, com rotinas bem definidas: semanal, mensal, trimestral e de longo prazo.

As fazendas de maior sucesso deixam rastros — e você pode segui-los.

No evento O Sucesso Deixa Rastros, a Inttegra vai mostrar como transformar dados em lucro e gestão em resultados.

📅 17 de novembro, às 19h (Brasília)

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